segunda-feira, 31 de agosto de 2015

TEMPOS ÁUREOS

O teatro português teve tempos áureos, onde o glamour, a fama dos artistas e um público sempre sedento de conhecer a última peça em cena enchia salas, bastidores e páginas de jornais. Tenho ideia que aí o 25 de Abril de 1974 contribuiu em grande para uma mudança de programação, que nem por isso agradou ao público português: nada de comédias, tudo teatro sério e/ou experimental, revolucionário, cultural. Haverá coisa mais chata do que quererem "cultivar-nos" à força, seja com Brecht ou outro dramaturgo qualquer? 

O resultado foi o de produções teatrais com salas "às moscas", inclusive no teatro de revista, que também sofreu desse divórcio do povo com o teatro - durante uns largos anos catalogado como "chato" e caro... ainda por cima! "Passa por mim no Rossio" foi um ponto de viragem para os revisteiros, mas quem não passou por aí continuou a penar...

Confesso que já fiz as "pazes" com o teatro há muitos anos. Mas só no início deste século voltei a ver salas cheias, durante meses - na peça "Arte", com António Feio, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme e, depois disso, em mais umas quantas outras. Mas não é fácil!

Agora já não ia há muito tempo e o convite partiu de uma amiga facebookiana. Um monólogo, interpretado por Guida Maria, no Villaret. Alinhei. O título da peça não é do mais cativantes - "Sexo? Sim, mas com orgasmo" - e o pessimismo do maridão catalogou-a logo de "grande banhada". Não foi e a comédia de Jacopo Fo (filho de Franca Rame e Dario Fo) resultou em pleno: o público não regateou risos, sonoras gargalhadas e um grande aplauso final! Também não quisemos deixar de congratular a atriz pelo seu magnífico desempenho e ela simpaticamente acedeu a tirar uma fotografia com o nosso grupo.

Assim, dá vontade de regressar ao teatro (muitas) mais vezes! 

27 comentários:

  1. Já nem sei há quantos anos não vou ao teatro!!
    Beijocas, boa semana

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    1. Eu sei: já não ia há mais de dois anos, PEDRO! :)

      Beijocas e boa semana

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  2. Nunca cultivei a tradição do teatro...
    Mas estou sempre a tempo de inverter a coisa!
    (já vi as fotos... e a mulher está louríssima!)

    Beijinhos teatrais
    (^^)

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    1. Quase não tive tempo para gostar de teatro, porque tinha ido poucas vezes antes do 25A, AFRODITE. E depois foi o que foi. Lembro-me de ter ido ver "A Ratoeira" (como fã de Agatha Christie, não quis deixar escapar) havia quase mais gente em palco, porque na plateia éramos 11 pessoas. Depois fui ver "A Gravata" com o Nicolau e a Laura Alves, que teve algum sucesso.

      Mas sucesso mesmo, tirando o "Passa por mim..." só voltei a ver em "Arte": não se arranjavam bilhetes e esteve vários meses em cartaz. Muito bom, diga-se de passagem! E foi aí que comecei a ir mais, já que de revista não sou grande fã...:)

      Verdade, está. Mas está longe de parecer a idade que tem,,, :D

      Beijinhos bisados!

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  3. Concordo plenamente com a tua análise da primeira parte do texto . É rigorosamente esse o meu ponto de vista !

    Lamento muito que, praticamente por todo o país, aparte Lisboa, o teatro esteja praticamente ausente e por essa ausência as pessoas perdem por completo o hábito de "ir ao Teatro" !
    Vê lá que a última vez que o fiz, foi para ver o António Feio e o José Pedro Gomes, nas "conversas da Treta" no Coliseu do Porto.
    Claro que não quero de modo algum dizer que não tivesse havido mais espectáculos !!! ... O problema é que "o "hábito" faz o monge" !

    Beijocas, não da treta ! :))

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    1. Oh, RUI, mas mesmo aqui, as peças estão tão pouco tempo em cartaz, que quando ouves falar e queres ir ver já sairam de cartaz. Ainda me aconteceu recentemente e até foi por isso que a minha amiga se lembrou de me convidar: porque demonstrei interesse em ir ver a outra peça. Ah e o meu filho ainda teve sorte de ir ver umas peças infantis ao TIL, que por sinal não me parece que esteja tão ativo atualmente.

      Quer dizer, mesmo que a pessoa depois venha a não gostar muito de teatro, é uma experiência que miúdos e graúdos devem ter desde cedo, né? Senão têm, não gostam... E o mesmo acontece quando o teatro nem se apresenta por perto,evidentemente!

      Beijocas! :)

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  4. Teatro nunca fez o meu género, mesmo antigamente as peças que passavam na TV, eu nunca fui fã!
    No entanto concordo plenamente contigo, quando dizes que estão salas às moscas, aqui na Marinha Grande existia que além do teatro, também era de cinema, mas fechou as portas por falta de gente.
    Vi as fotos e gostei.

    Teté será que sabes se aconteceu algo com São banza, ela não aparece na blogosfera, nem, facebook desde o dia 25 de Julho.
    Será que alguém sabe?

    Um beijinho e uma boa semana.

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    1. Não,não sei o que se passa com a São, já tinha dado pela"falta" dela, FLOR DE JASMIM. Mas como estamos em agosto (quer dizer, hoje já é setembro, mas pronto) e ela viaja tanto, supus que estivesse de férias.Esperemos que assim seja...

      Beijinhos

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  5. Não poderias ter ilustrado melhor este belo texto - com o qual concordo inteiramente - do que com uma foto da grande e inesquecível Laura Alves e o não menos grandioso João Villaret.
    Fui algumas vezes ao Sá da Bandeira, mas o hábito de 'ir ao Teatro' nunca foi o mesmo do que 'ir ao Cinema'.
    Tempo houve em que a RTP passava, semanalmente, uma peça teatral com grandes nomes da cena portuguesa. Mas isso foi em tempos idos. Pude, assim, conhecer o trabalho de Rui de Carvalho, Manuel Lereno, Elvira Velez e tantos outros.

    Este monólogo da Guida Maria deve ser uma continuação do anterior. "Monólogos de uma Vagina", não?

    A Guida continua loura e belíssima, para a idade! Vi-a ainda não há muito tempo , juntamente com a filha a actriz Julie Sergeant, serem entrevistadas num programa da TV. Queixou-se da falta de trabalho e que vive retirada da vida 'mundana'.

    Agora com esta revoada de novos talentos (?), o que está em voga são as meninas com um palminho de cara, a fazer furor nas telenovelas. Já a Maria Dulce morreu só e na miséria.
    O nosso país não sabe acarinhar os nossos verdadeiros artistas de Teatro.

    E, pronto, lá me deixei ir e extravasei o que é pedido que se escreva num comentário...Sorry!

    Beijocas e não deixes de ir ao Teatro!! :))

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    1. Esta foto está em destaque junto às bilheteiras do teatro Villaret e uma vez que não se pode fotografar os atores em palco, escolhi-a como ilustração, JANITA.

      Pois é evidente que não tenho o mesmo hábito de ir ao teatro do que em relação ao cinema, até porque houve tempos em que as peças eram caríssimas. Agora nem por isso, mas quer dizer só aparecem peças com um número muito reduzido de atores, quando não não há dinheiro para lhes pagar...

      Não vi o "Monólogo da vagina", mas não creio que seja qualquer continuação.

      As meninas com o palminho de cara têm os dias contados,até porque ele não dura toda a vida. E se não não boas atrizes (como muitas não são) achas que depois lhes dão papéis em novelas ou teatro? Hummm... Dificilmente! E muito menos chegam aos 65 anos e as deixam subir sozinhas para um palco! :)

      Concordo contigo que ela está longe de parecer a idade que tem! E extravasaste muito bem, qual é o problema? :)))

      Beijocas e não deixo não (pelo menos quando as peças me parecerem boas, se bem que os títulos possam enganar...)!

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  6. Gosto muito de teatro mas o facto é que tenho frequentado pouco as salas. Se não estou em erro, a última peça que vi foi também um monólogo, com Joaquim Monchique (Júlio de Matos) no Teatro Armando Cortez.

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    1. Antes desta acho que vi "Lar Doce Lar", com o mesmo Monchique e a Maria Rueff, LUISA. Mas era outro estilo de peça completamente diferente... ;)

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  7. cantinhodacasa8/31/2015

    Antes do 25 de abril de 1974, havia teatro na TV.
    Lembro-me de ver algumas peças, mas nunca fui grande apaixonada por teatro..
    Há uns anos, penso que também com a Guida Maria, fui ver os "Monólogos da Vagina" , uma peça muito interessante que gostei a valer.
    Também , recentemente, fui ver o monólogo com a atriz Ana Bola que me sensibilizou muito ( http://ticketline.sapo.pt/evento/ana-bola-sem-filtro-10275).

    Gostaria que a Guida Maria viesse a Braga, pois ia vê-la, com certeza.

    Beijinho

    P.S.: Espero que este comentário chegue a si. Raramente consigo enviar, fico sem saber se é o computador, se é o blogger.

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    1. Houve um tempo em que a RTP até dava umas peças de comédia françesa que eram uma delícia, CANTINHO. Mas agora é o que se vê, manhãs e tardes naqueles programas inenarráveis, com os pimbas todos e histórias de fazer chorar as pedrinhas da calçada. E nem falo nos jogos de futebol, mas dos dez mil programas de comentários futebolísticos que são uns atrás dos outros e em simultâneo em todos os canais que não são por cabo. Como os das manhãs e tardes... :P

      Eu esse da Ana Bola não vi, mas tive pena. Os"Monólogos..." já foram há uns anos,nem me lembro porque não fui, provavelmente não calhou...

      Beijocas

      ps - também não te sei explicar, sei que o blogger às vezes tem amoques. Mas os computadores também... ;)

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  8. Vou muito pouco ao Teatro fugindo dos grandes dramas...., mas vi a Arte e as Conversas da Treta e adorei.
    Ultimamente vi e foi há anos...uma peça com o Monchique e também me diverti.
    Bjs

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    1. Grandes dramas também não são a minha onda, PAPOILA,para esses já temos outros bem reais. As "Conversas da treta" acho que vi em filme,na TV... :)

      Beijocas

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  9. Uma análise perfeita do que tem sido ao longo dos anos a evolução ou retrocesso do teatro português.
    Há muito que não vou assistir a uma peça, não por não gostar, mas porque para quem vive numa cidade de província é difícil chegar cá alguma coisa de jeito.

    Beijos Teté

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    1. Oh,MANU, como já disse acima, mesmo em Lisboa é preciso estares muito atenta,porque as peças estão (muito) pouco tempo em cartaz e quando te preparas para ir ver uma em que estás interessada... TARUZ... já não está em palco!

      Pessoalmente, considero que o teatro podia ter saído valorizado com o 25A,mas o que aconteceu foi precisamente o contrário. E isso ainda se nota em gerações inteiras que perderam o hábito de lá ir... ;)

      Beijocas

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  10. Tenho ido pouco ao teatro mas quando vou não tenho vindo decepcionada.

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    1. Comigo tem acontecido o mesmo, TERESA DURÃES. E suspeito que por uma razão simples: ninguém está para apostar em peças assim-assim ou que não tenham um sucesso garantido à partida (por comparação com o sucesso alcançado noutros países, claro, mas que mesmo assim não é muito linear)... ;)

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  11. Por acaso não sou muito fã de teatro. Não tive educação nesse sentido.

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    1. Nem tu, nem várias gerações que viram o teatro ser quase erradicado da vida cultural dos portugueses, GRAÇA.Tenho ideia que até a ópera se saiu melhor... ;)

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  12. A última vez que fui ao teatro foi no inverno passado "40 e então?" com Ana Brito e Cunha, Fernanda Serrano e Maria Henrique, gostei muito!

    Estou à espera de regressar assim que por intuição ou pela crítica voltar a ter uma noite de teatro bem passada.

    Bjnhs

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    1. Essa passou-me ao lado,MZ. Aliás,como tantas outras, que quando pretendo ir ver já não estão em cartaz... ;)

      Beijinhos

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  13. O Parque Mayer onde comecei a ir ao teatro de revista com os meus pais. 4 teatros (ABC, Variedades, Capitólio e Maria Vitória) sempre esgotados de pessoas que iam "desopilar" das agruras da vida !...
    Saudades de ver teatro, cada vez se vê menos as coisas nos seus sítios certos, como dizia o meu saudoso Pai. Teatro é lá que se vê. É lá que se conhecem os grandes actores e actrizes.
    Lembro duas peças que vi e que gostei imenso: "A morte do Caixeiro-Viajante" do Arthur Miller, com o já saudoso António Montez no protagonista; e "O Vison Voador", uma comédia, no Teatro Laura Alves, ao fundo da Av. Almirante Reis, acho que já Rua da Palma, com o grande grande Raul Solnado !!!

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    1. Lembro-me bem dessas duas peças que mencionas, RICARDO, a primeira vi-a na TV, com o Rogério Paulo. E essa do Vison esteve meses ou anos em cartaz - agora às vezes está 15 dias e quando queremos comprar o bilhete já saiu... Enfim,quando se perde o público quase totalmente, depois a tarefa torna-se mais difícil, que várias gerações cresceram sem nunca ter posto os pés numa sala de teatro...;)

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