segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PERGUNTEM A SARAH GROSS

Este livro foi(-nos) recomendado pelo Francisco Oliveira, aqui, e é o primeiro romance de João Pinto Coelho. Na capa afirmam que foi finalista do prémio Leya em 2014, mas não encontrei nenhum comprovativo disso na net - o que não interessa rigorosamente nada, uma vez que gostei mais deste do que de outros que até ganharam o dito prémio...

As 443 páginas são divididas em enredos paralelos, que decorrem em cidades e épocas diferentes: por um lado, o dia a dia num colégio de Connecticut, entre 1968 e 1969, onde Sarah é a directora que acabou de contratar, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, que esconde um passado infeliz; por outro, ficamos a conhecer a infância e juventude da mesma Sarah, que passou dos EUA para a Polónia, em cidades como Cracóvia e Oshpitzin, entre 1923 e 1943. Se vos disser que Oshpitzin viria a ser rebatizada pelos alemães como Auschwitz e que a família dela é judaica, já dá para perceber não é propriamente um romance onde a felicidade reina. Antes pelo contrário, os judeus ingenuamente nunca acreditaram que Hitler não aproveitasse pelo menos a sua força de trabalho, mas como todos sabemos o ódio falou mais alto e, depois, já era tarde para fugir.

Como já referi adorei o livro, li-o de fio a pavio com grande emoção e celeridade - é daqueles empolgantes que é difícil largar - mas um dos desfechos nas últimas 20 páginas pareceu-me roçar o absurdo (já que as histórias de vida envolvem várias  personagens e não apenas Sarah). Querem saber qual? Pois, leiam o livro, que mesmo assim vale muito a pena...

CITAÇÕES:
"Acho apenas que os países desta região procuram na História as razões para lutar, quando o passado é a melhor prova de que este não é o caminho. [...] Todos teríamos a ganhar se a Polónia parasse de se ver como uma flor virtuosa, ofendida pelas suas próprias pétalas. Primeiro, devemos aceitar que temos os nossos pecados para carregar e, depois, compreender que essas pétalas são povos e estados, também à procura da sua identidade, da sua soberania."

"[...] conquiste-os com um livro e lembrar-se-ão de si para o resto da vida."

"É curiosa a maneira como certas recordações nos prendem aos lugares onde vivemos, mesmo que estes não passem de um cenário tão neutro como papel de embrulho."

8 comentários:

  1. Sinto desde sempre uma tal raiva contra os nazis e contra as suas atrocidades que não sou capaz de ver filmes nem ler livros dessa época!

    Beijinho e boas leituras.

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    1. Imagino que sim, GRAÇA,eu própria me emociono imenso com livros sobre esse tempo, isto quando não choro mesmo copiosamente...

      Beijocas e boas leituras para ti também!

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  2. O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral, é o romance vencedor do Prémio LeYa 2014.

    Boas leituras com ou sem nazis.

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    1. Esse por acaso não cheguei a ler, EMATEJOCA!

      Obrigada e igualmente!

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  3. Fica a sugestão, mais uma, devidamente registada.
    Beijocas

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    1. Pois, a sua lista já deve ir comprida, PEDRO... :)

      Beijocas

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  4. Obrigado pela sugestão!
    Parece ser uma história interessante!

    Beijinho Teté

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)